O inferno é real e muitas pessoas estão indo para lá. Então, vejamos de perto o que a Bíblia tem a dizer sobre isso, bem como o debate em curso sobre se o inferno é um castigo consciente eterno.
O que você e eu “gostamos” é absolutamente irrelevante. Deus não define sua agenda eterna com base no que “preferimos”. O que podemos “esperar” para ser verdade simplesmente não importa.
A única questão importante é: “A Bíblia ensina isso?” E se a Bíblia ensina (e Apocalipse 14, juntamente com muitos outros textos, o indicam que sim), nossa responsabilidade é acreditar e proclamar fervorosamente e fielmente o evangelho de Jesus Cristo como a única esperança que os pecadores têm por agora e pela eternidade.
1 – Gehenna
A palavra mais frequentemente traduzida como “inferno” no NT é Gehenna, o equivalente grego para “o vale de Hinnom”.
Este vale se encontra a sudoeste de Jerusalém, é visível a partir do Monte das Oliveiras. Em algum momento foi lá que os sacrifícios humanos foram feitos para a divindade pagã Moloque (2 Reis 23:10; 2 Crônicas 28:3; 33:6, ver Jer. 7:31-32; 19:5ss).
Existe um debate em andamento entre os estudiosos se o Vale de Hinnom era um lixão que estava sempre “queimando” e portanto seria uma referência ao inferno, porém as evidências são inconclusivas.
As evidências parecem inconclusivas e, portanto, devemos evitar ser dogmáticos sobre o assunto. Mas ninguém nega que essa área era ao mesmo tempo local para o sacrifício de crianças pagãs. Ser usado como uma maneira de se referir ao lugar do tormento eterno é, portanto, compreensível.
2 – Apocalipse é o que dá a visão mais clara do que é o Inferno
O texto com a melhor representação visual do inferno é:
Um terceiro anjo os seguiu, dizendo em alta voz: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a sua marca na testa ou na mão, também beberá do vinho do furor de Deus que foi derramado sem mistura no cálice da sua ira. Será ainda atormentado com enxofre ardente na presença dos santos anjos e do Cordeiro, e a fumaça do tormento de tais pessoas sobe para todo o sempre. Para todos os que adoram a besta e a sua imagem, e para quem recebe a marca do seu nome, não há descanso, dia e noite”. Apocalipse 14:9-11
3 – Fumaça do fogo e Enxofre são realmente descritos
João continua a descrever a duração desse castigo em duas declarações no v. 11.
Primeiro, a “fumaça” do tormento, ou seja, a fumaça do fogo e o enxofre (v. 10) “sobe para todo o sempre” (veja Isa. 34:9-10). É quase como se houvesse um testemunho ardente das conseqüências do pecado e da justiça da ira de Deus. Dizem que a duração desse fenômeno é, literalmente, “até os séculos dos tempos”.
Esta terminologia de “castigo eterno ou para sempre” ocorre 13x no Apocalipse.
4 – O ato de punição pode ou não ser eterno
O problema na interpretação do “castigo eterno” de Apocalipse é que podem ter como foco no ato de julgar ou no efeito do julgamento.
Em outras palavras, o que é eterno ou sem fim: o ato de punir os incrédulos ou o efeito de sua punição? Mais uma vez, o tormento da perda de uma experiência consciente que nunca acaba? Ou o castigo é uma forma de aniquilação em que, depois de uma estação de sofrimento em perfeita proporção com os pecados cometidos, a alma deixa de existir?
A fumaça ascendente de seu tormento aponta para a experiência consciente sem fim do sofrimento que eles sofrem? Ou isso significa um efeito duradouro e irreversível de sua punição em que são aniquilados?
5 – Nossa visão do inferno depende da nossa visão de uma “alma imortal”
Muitos, mas não todos, daqueles que afirmam o aniquilacionismo também são condicionais. Ou seja, eles negam que a alma seja intrinsecamente ou naturalmente imortal e afirmam que ela adquire a imortalidade somente quando conferida por Deus (na maioria das vezes como elemento constituinte no dom da salvação).
Os aniquilacionistas que rejeitam o condicionalismo simplesmente afirmam que Deus, como um ato punitivo, priva o incrédulo da imortalidade em algum momento posterior ao julgamento final.
A maioria dos tradicionalistas afirmam que, enquanto que somente Deus é inerentemente imortal, ele confere irrevogavelmente imortalidade aos seres humanos na criação.
6 – O inferno não é sobre a magnitude de nossos pecados. É sobre a magnitude de Deus.
Quanto ao argumento da justiça, nós humanos dificilmente conseguimos avaliar a enormidade de nossos pecados.
A magnitude do pecado é estabelecida por nosso próprio status, ou pelo grau de ofensa contra o Deus soberano e transcendente? (Carson, 534).
Como John Piper apontou: “O essencial é que graus de culpa não vêm de quanto tempo você ofende a dignidade, mas de quão alta é a dignidade de que você ofende” ( Deixe as Nações serem felizes , 127).
Em outras palavras, nosso pecado merece um castigo infinito por causa da infinita glória dAquele contra quem é perpetrado.
7 – Satanás sofrerá eternamente
Finalmente, é preciso explicar Mateus 25:46 e Apocalipse 20:10-15.
Independentemente do que se pensa sobre a identidade da besta e do falso profeta, nenhum cristão nega que Satanás seja um ser sensível. Assim, aqui é pelo menos uma dessas “pessoas” que claramente sofrem tormentos conscientes eternos.
“Podemos não ter tanta simpatia por ele quanto aos outros seres humanos, e podemos insistir alegremente que ele é mais do que qualquer ser humano, mas mesmo assim, é difícil ver como os argumentos se desdobraram contra a noção de consciência eterna , o sofrimento dos seres humanos pecadores seria menos convincente contra o diabo” (Carson, 527).
Fonte: CrossWalk