A maior história [de amor] já contada

A Bíblia inteira é uma história de amor. Ela começa com Deus, e Deus é amor. Antes que qualquer outra coisa existisse, o amor fluía entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Jesus diz ao Pai: “Tu me amaste antes da fundação do mundo” (João 17:24).

Ainda me lembro de quando ouvi essa verdade pela primeira vez e do impacto que ela causou em mim. Eu era um adolescente, 16 anos, e estava na igreja em uma manhã comum de domingo. Nosso pastor na pequena igreja batista onde cresci em Edimburgo, Escócia, apontou para João 17:24. Ele disse: “Antes que qualquer outra coisa existisse, havia amor.”

Meu pastor falou de um Deus que existe em três pessoas: O amor flui entre o Pai, o Filho e o Espírito – sempre fluiu e sempre fluirá. A vida de Deus é cheia de alegria perpétua por causa da constante autodoação e, portanto, do recebimento que ocorre dentro de Sua própria natureza.

Lembro-me de pensar quando adolescente: “Essa é a coisa mais linda que já ouvi”. Lembro-me de pensar: “É por isso que o amor é tão grande!” A verdade de que o amor existia antes de qualquer outra coisa é o motivo pelo qual o desejo de amar e ser amado corre tão profundamente em todos os nossos corações. Somos feitos à imagem de Deus. Somos feitos para dar e receber amor, assim como Deus mesmo o faz.

Esta verdade é esclarecida em Marcos 12:28-31:

E um dos escribas chegou e os ouviu discutindo entre si, e vendo que ele lhes respondeu bem, perguntou-lhe: “Qual é o mandamento mais importante de todos?” Jesus respondeu: “O mais importante é: ‘Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus, o Senhor é o único. E amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças.’ O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo.’ Não há outro mandamento maior do que estes.”

Comandado para amar

As Escrituras nos dão muito mais do que dez mandamentos. Um é mais essencial do que os outros? Jesus respondeu a essa pergunta para um escriba – um estudioso da lei do Antigo Testamento. O homem perguntou a Jesus qual dos mandamentos de Deus é o mais importante. Qual mandamento é central para todo o resto? Jesus diz que o maior mandamento é “amar a Deus com todo o seu coração, alma, mente e força”. Isso é de fundamental importância. É para isso que fomos feitos. Este é o seu chamado mais elevado! E o segundo é semelhante a ele: “ame o seu próximo como a si mesmo”.

Mas não demos a esse mandamento a importância que Jesus nos diz que ele merece. Tem sido assim desde o princípio, quando Deus criou os primeiros amantes e os colocou no Jardim do Éden, para andar com Ele. Então o que deu errado?

Ouça esta resposta de Michael Reeves:

Não foi que Adão e Eva pararam de amar. Eles foram criados como amantes à imagem de Deus, e não podiam desfazer isso. Em vez disso, seu amor se transformou . Quando o apóstolo Paulo escreve sobre pecadores, ele os descreve como “amantes de si mesmos, amantes do dinheiro… amantes dos prazeres, em vez de amantes de Deus” (2 Timóteo 3:2-4). Amantes continuamos sendo, mas distorcidos, nosso amor mal direcionado e pervertido. Criados para amar a Deus, nos voltamos para amar a nós mesmos e a qualquer coisa, menos a Deus.

Escondendo-se do amor

O cerne do que a Bíblia chama de “pecado” é um amor mal direcionado, uma desordem nas afeições — amar as coisas erradas. Esse é o problema humano fundamental. É por isso que nossos primeiros instintos não são buscar a Deus, mas nos esconder Dele. Quando Adão amou a Deus, ele andou com Ele no jardim. Mas quando o amor de Adão se voltou, ele se escondeu de Deus. Quando Jesus veio ao mundo e chamou os primeiros discípulos, Ele revelou Sua glória dando-lhes uma pesca milagrosa. Quando Simão Pedro viu isso, ele percebeu algo da glória de Deus. Ele caiu aos joelhos de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, porque sou um homem pecador.” Pedro estava dizendo: “Eu não pertenço aqui com você! É melhor você encontrar outra pessoa que seja mais santa do que eu. Eu não sou o tipo de pessoa que você está procurando” (Lucas 5:8).

Aqui estava Pedro, como Adão, se escondendo de Deus. Não é esse o desperdício mais triste e trágico de todos, para um ser humano estar fugindo do amor? Estar se escondendo do Deus que ama?

Encontrado pelo Amor

Embora Pedro estivesse se escondendo, Cristo não o deixou ir. “Não tenha medo”, ele disse. Pedro trouxe o barco para a terra, e então ele deixou tudo e seguiu Jesus.

Anos mais tarde, esse mesmo homem, Pedro, descreveu por que Jesus Cristo veio ao mundo: “Cristo… sofreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pedro 3:18). Jesus veio para que Ele pudesse nos tirar do esconderijo e voltar ao relacionamento com Ele. Pedro estava dizendo: “Ele foi para aquela cruz para que pessoas como nós, que amam as coisas erradas e sentem que não pertencemos a nenhum lugar perto de Deus, sejam trazidas de volta a Ele.”

Esse tipo de amor era o que Jesus tinha em mente quando foi para a cruz. Na noite em que foi traído, ele orou ao Pai “para que o amor com que me amaste esteja neles” (João 17:26). Esta é uma oração incrível! Que o amor com que o Pai amou o Filho – o amor que sempre fluiu no coração de Deus – esteja em nós!

O grande propósito pelo qual Jesus sofreu foi nos levar ao Seu próprio desfrute do amor do Pai. Seu propósito era que entrássemos no deleite compartilhado do Pai e do Filho, e fôssemos apanhados no círculo do amor deles. É certamente por isso que, no final da Bíblia, encontramos a ceia das bodas do Cordeiro — a alegria compartilhada do Pai, e de seu Filho, e de Sua noiva. O grande enredo da maior história já contada é a história do amor.

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