Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva? Ezequiel 18:23
Esse versículo por mais óbvio que seja é tema de discussões referente a soberania de Deus e o Livre Arbítrio, afinal se Deus deseja que o ímpio se converta do seu caminho por que simplesmente não o faz?
Ímpios x Justos, Pais x Filhos
O capítulo 18 de Ezequiel dedica-se a falar sobre o Justo e o Ímpio e suas consequências e como isso pode ocorrer entre a descendência.
Primeiro o profeta deixa claro que todos pertencem ao Senhor:
Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. Ezequiel 18:4
A ideia do versículo é deixar claro que os filhos não sofreriam as consequências “espirituais” dos pecados de seus pais.
Isso fica evidente nos versículos seguintes do 5 até o 18, reforçando a ideia de que o filho pode seguir um caminho diferente de seu pai.
E por que Ezequiel mostra toda essa explicação? Porque existia um conceito entre os judeus que os filhos deveriam sofrer as consequências de seus pais, muito provavelmente por causa do passado quando proferido por Moisés:
Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”. Êxodo 20:5-6.
Essa era a questão em foco, era extamente esse o ponto que o capítulo 18 inteiro de Ezequiel trata:
Mas dizeis: Por que não levará o filho a iniqüidade do pai? … Ezequiel 18:19
A resposta é imediata:
… Porque o filho procedeu com retidão e justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. Ezequiel 18:19,20
Misericórdia de Deus
Deus declara para os judeus que não tem prazer na morte do ímpio, antes deseja que Ele se converta, com 2 finalidades principais, 1) Alertar que os filhos não precisavam seguir o caminho pecaminoso de seus pais; 2) Exortar o povo judeu que todo aquele que se converte do mau caminho alcançará a misericórdia do Senhor.
Para os judeus se tratava de uma injustiça cometida por Deus, para eles os filhos deveriam ser considerados culpados pelos pecados de seus pais, e aquele que não seguia a Lei não poderia se “arrepender”, mas ser condenado.
Justiça de Deus
A Justiça de Deus é inquestionável, Ezequiel deixa claro que o homem não possui condições mínimas de entender o que é justo ou não:
Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi agora, ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos tortuosos? Ezequiel 18:25
O fato é que mesmo no Velho Testamento podemos ver a misericórida de Deus atingindo os pecadores a espera de arrependimento e assim como hoje os corações estão endurecidos.