Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. Hebreus 10:25
Uma das perguntas mais frequentes nos dias de hoje é sobre a necessidade real de frequentar uma igreja e como isso afeta diretamente a salvação.
Não deixando a nossa congregação
A palavra grega utilizada é episunagôgên, a frase poderia ser traduzida como “Não negligenciemos nossas reuniões congregacionais” ou ainda “Não negligenciemos o estarmos juntos na sinagoga”.
Ocorre que a carta aos Hebreus foi escrita basicamente para judeus messiânicos, ou seja, judeus que aceitaram a Jesus Cristo, esses já frequentavam a sinagoga, Paulo determina que agora com a adição dos cristãos gentios era dever de todos continuar com a união da congregação.
É consenso entre a grande maioria dos comentaristas que ser ATIVO em uma comunidade cristã é fundamental para a prática da fé e do amor mútuo, veja algumas citações:
– Matthew Henry
Os crentes devem considerar como podem estar a serviço de uns aos outros, especialmente exortando uns aos outros para o exercício mais vigoroso e abundante de amor, e a prática de boas obras. A comunhão dos santos é uma grande ajuda e um privilégio, e um meio de firmeza e perseverança.
– Bíblia de Cambridge
A palavra aqui usada (episunagôgç) só ocorre em 2 Tessalonicenses 2:1 , e foi talvez escolhida para evitar a palavra judaica “sinagoga”, e ainda mais porque o dever de assistir a “sinagoga” foi instituída pelos professores judeus. No abandono do culto público o escritor viu o perigoso da apostasia.
Notas de Barnes
O comando, então, aqui é, reunir-se para a adoração a Deus, e isso se impôs aos cristãos como algo importante de ser feito.
Fica evidente que a intenção de Paulo é justamente alertar os cristãos de que congregar é de fato necessário.
como é costume de alguns
Paulo não aborda o motivo de alguns estarem deixando a comunidade cristã, é provável que em seu entendimento o motivo qualquer que seja não justificava a atitude.
Podemos levantar algumas possibilidades:
Por que aqui se refere ao culto público negligenciado, não é especificado. Pode ter sido de causas como o seguinte:
(1) alguns podem ter sido dissuadidos pelo medo da perseguição, assim aqueles que se reuniam estavam em maior evidência e portanto mais perigo que os outros.
(2) alguns podem ter negligenciado o dever porque não sentia interesse por ela – como alguns cristãos professos que agora às vezes fazem.
(3) é possível que alguns podem ter tido dúvidas sobre a necessidade deste dever, e por essa razão priorizaram outras atividades.
(4) ou que talvez tenha sido, embora dificilmente podemos supor que isso existia, que alguns podem ter negligenciado a partir de uma causa que é comum nos dias de hoje – de insatisfação com um pregador, ou com algum membro ou membros da igreja, ou com alguma “regra” da igreja.
antes admoestando-nos uns aos outros
Essa talvez seja a maior queixa entre os cristãos nos dias de hoje, em muitas igrejas simplesmente as pessoas estão agindo com indiferença umas com as outras, o que existe é a obrigação e o dever de ir a comunidade, porém não há relacionamento, e o corpo daquela igreja local não é Ativo na comunidade em que está inserida.
Paulo indica um verbo “admoestar”, ou “exortar”, é uma ação que deve ser executada pelas pessoas da comunidade, o povo de Deus precisa entender que não foi chamado para receber passivamente o que está ligado ao Reino de Deus, mas precisa ser Ativo e colocar em prática os ensinamentos de Cristo.