E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; E rasgou-se ao meio o véu do templo. Lucas 23:44,45
E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; Mateus 27:51
E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. Marcos 15:38
Morte e Ressurreição
A morte e ressurreição de Jesus Cristo é um dos eventos mais importantes na história da humanidade. Por essa razão, a maioria das pessoas estão familiarizadas com os principais detalhes da história:
– Jesus ensina seus discípulos durante a Última Ceia.
– Sua oração no Jardim do Getsêmani (e o fracasso dos discípulos de orar com ele).
– Traição e prisão naquele jardim, orquestrado por Judas Iscariotes e os líderes religiosos.
– Seu julgamento perante o Sinédrio .
– Seu julgamento perante Pôncio Pilatos e outras autoridades romanas.
– Sua crucificação.
– Sua morte.
– Seu sepultamento.
– Sua ressurreição na manhã do terceiro dia.
No meio dessa incrível história pode passar desapercebido um detalhe muito importante, que consta em nada mais nada menos que 3 evangelhos. Um véu que está no Templo é rasgado, mas o que isso significa?
O que é o Véu?
A origem pode ser encontrada em Êxodo, veja os detalhes:
Depois farás um véu de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. E colocá-lo-ás sobre quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata. Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e porás a arca do testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo, E porás a coberta do propiciatório sobre a arca do testemunho no lugar santíssimo, E a mesa porás fora do véu, e o candelabro defronte da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul; mas a mesa porás ao lado do norte. Êxodo 26:31-35
Deus havia orientado Moisés a construir um tabernáculo era dividido em 3 partes:
Átrio Exterior – Um espaço grande e aberto onde eram oferecidos os sacrifícios a Deus.
Santo Lugar – Um espaço coberto que ficava dentro do Átrio Exterior, era usado para se queimar incenso pela manhã e à tarde pelos sacerdotes.
Santo dos Santos – Ficava dentro do Santo Lugar a separação era realizada pelo Véu uma espécie de cortina, onde ficava a Arca da Aliança.
O tabernáculo na Época de Moisés até a contrução do Templo realizada por Salomão era móveu e considerado de suma importância para os Hebreus. Para eles o Santo dos Santos era o lugar onde Deus “estava” literalmente.
Ocorre que esse espaço reduzido, imagina uma casa com apenas 2 cômodos e no segundo cômodo tinha um baú, basicamente essa é uma analogia do que seria o Santo dos Santos, era um lugar tão especial que apenas o Sumo Sacerdote poderia entrar e apenas 1 dia por ano, exatamente no Dia da Expiação.
E falou o SENHOR a Moisés, depois da morte dos dois filhos de Arão, que morreram quando se chegaram diante do SENHOR. Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque eu aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. Levítico 16:1,2
Portanto o véu era uma separação nítida entre o Santo e o Pecado, Quando o rei Salomão substituiu o Tabernáculo com o Templo (uma estrutura permanente feito de pedra e ouro), a cortina permaneceu. Mesmo no tempo de Jesus, a cortina ainda separava a presença de Deus do resto da comunidade.
Rasgado ao meio
Tenha em mente que o Templo durante a época de Jesus era uma estrutura enorme, fontes indicam que o “véu do templo” em particular era tão grande e pesado que depois de ser lavado eram necessários 300 homens para erguer esta cortina, em outras palavras, esta não era uma cortina de sala comum.
Portanto rasgar este véu é considerado como sendo o próprio Deus realizando a tarefa, era um ato sobrenatural, semelhante à escuridão, o terremoto, que ocorreram no momento da crucificação.
Quando Jesus na cruz pagou o preço pelos pecados de todas as pessoas; Sua morte fez expiação pelos nossos pecados. Portanto, já não havia uma separação entre Deus e a humanidade. O sacrifício de Jesus nos concedeu o acesso à presença de Deus de uma forma que era proibido anteriormente.
Embora seja comum dizer que o Véu rasgado nos deu livre acesso a Deus, podemos considerar que o contrário também é verdadeiro, Deus passou a ter livre acesso a nós, sem que sejamos dizimados.
Em suma, assim como a cortina era uma representação física de nossa separação de Deus, a destruição da cortina representava a retirada dessa separação. Por causa de Jesus, podemos receber o perdão pelos nossos pecados e estar uma vez mais à presença salvadora de Deus.