Estudo de Lamentações 3:32 – Comentado e Explicado

Após haver afligido, ele tem piedade, porque é grande sua misericórdia.
Lamentações 3:32

Comentário de John Calvin

Vimos na última palestra que o melhor e o único remédio verdadeiro para as dores é quando os fiéis estão convencidos de que são castigados apenas pela mão paterna de Deus e que o fim de todos os seus males será abençoado. Agora isso eles não podem assumir por si mesmos; mas Deus vem em seu auxílio e declara que nunca ficará zangado para sempre com seus filhos. Pois esta promessa se estende geralmente a toda a Igreja,

“Por um momento te afligi, no tempo da minha indignação, mas com misericórdias perpétuas te seguirei” ( Isaías 54: 7 )

e de novo,

“Visitarei as iniqüidades deles com uma vara, mas minha misericórdia não tirarei deles”
( Salmos 89: 0 33, 84.)

Quando, portanto, os fiéis se sentem seguros de que seu castigo é apenas por um tempo, eles se apegam à esperança e, assim, recebem um conforto inestimável em todos os seus males.

Jeremias agora segue o mesmo assunto, mesmo que Deus demonstre compaixão de acordo com a multidão de suas misericórdias, embora ele cause tristeza aos homens. Isso pode de fato ser explicado geralmente como para toda a humanidade; mas, como dissemos, Deus prometeu isso à sua própria Igreja. Todas as misérias, consideradas em si mesmas, são sinais da ira e maldição de Deus; mas como todas as coisas resultam para o bem e para a salvação dos filhos de Deus, quando elas abraçam essa verdade, que Deus, como diz o Profeta Habacuque, se lembra da misericórdia na ira ( Habacuque 3: 2 ), para que se contenham e façam não estão desanimados, nem são dominados pelo desespero. Agora entendemos então o objetivo do Profeta em dizer que, embora Deus sofra, ele ainda se lembra da misericórdia.

Mas, ao mesmo tempo, devemos ter em mente o que eu já mostrei, que os fiéis são expostos a vários males, porque é proveitoso que eles sejam castigados pela mão de Deus. Daí aparece a necessidade dessa doutrina, pois, se isentássemos o cenho de todas as adversidades, essa advertência seria supérflua. Mas como não pode ser, mas que Deus nos ferirá com suas varas, não apenas porque merecemos ser feridos, mas também porque é conveniente, é necessário fugir para esse consolo que nos é oferecido, mesmo que Deus tenha afligido nós com tristeza novamente nos mostrarão compaixão, mesmo de acordo com a multidão de suas misericórdias. Ele confirma a verdade do que alega, referindo-se à própria natureza do próprio Deus. Portanto, para que os fiéis não debatem consigo mesmos se Deus seria propício a eles, depois de lhes infligir uma punição temporária, o Profeta vem em seu auxílio e põe diante deles a misericórdia de Deus, ou melhor, misericórdia, no plural número; como se ele tivesse dito, que Deus não poderia negar a si mesmo e que, portanto, ele seria sempre misericordioso com seu povo; pois, caso contrário, sua misericórdia seria eliminada, sim, aquela misericórdia que é inseparável de sua eterna essência e divindade.

E, portanto, quando Deus se compraz brevemente em mostrar o que é, ele expõe sua misericórdia e paciência; pois, a menos que sua bondade e misericórdia nos encontrem, quando chegarmos a ele, o medo absorverá imediatamente todos os nossos pensamentos; mas quando Deus aparece como se estivesse vestido e adornado com misericórdia, podemos então ter esperança de salvação; e, embora conscientes do mal, ainda que recorramos à misericórdia de Deus, nunca perderemos a esperança da salvação. Nós não: apreendemos o significado do Profeta. Segue-se, –

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