Mito #1: A amizade simplesmente acontece.
Eu costumava pensar que a amizade não exigia esforço ou habilidade. Às vezes uma amizade dá certo, às vezes não. Algumas pessoas têm boas amizades, outras não. É assim que as coisas são, certo?
Mas aprendi que a amizade — a verdadeira amizade — requer intencionalidade e até habilidade. Cultivar a amizade é como cultivar o solo — requer sabedoria relacional e muito trabalho. Sem esforço sábio, nossos relacionamentos parecerão um jardim negligenciado: murcho, indisciplinado e coberto de ervas daninhas relacionais.
A amizade não acontece simplesmente. E isso é uma boa notícia porque significa que amizades mais profundas estão ao seu alcance. Cada um de nós pode se esforçar mais e crescer em habilidade. E isso começa com o primeiro passo de decidir que não vamos mais adotar uma abordagem passiva para cultivar a amizade.
A amizade não acontece simplesmente. E isso é uma boa notícia porque significa que amizades mais profundas estão ao seu alcance.
Mito 2: Você está muito ocupado para amizade.
Muitos de nós estamos muito ocupados. Entre a escola, o trabalho e as prioridades pessoais e familiares, muitas vezes nos sentimos cheios demais para amizades profundas. Alguns de nós nos perguntamos como podemos encontrar tempo para amizade quando estamos lutando para encontrar tempo para dormir.
Mas a verdade é que arranjamos tempo para o que valorizamos. Se promovermos amigos em nossas prioridades, descobriremos que temos espaço para eles em nossas agendas. E, muitas vezes, incluir amigos em nossas vidas não envolve abrir novos intervalos de tempo, mas incluí-los nos ritmos comuns da vida. Você valoriza a comida o suficiente para arranjar tempo para as refeições; por que não comer um ou dois deles por semana com um amigo? Você vai assistir ao jogo ou ir à academia ou ao parque; por que não convidar outra pessoa para participar?
Mito 3: A amizade é um luxo social.
A amizade é ótima, claro, mas não precisamos dela, certo? A amizade não é mais um luxo social do que uma necessidade? Charles Spurgeon discordaria:
A amizade parece um elemento tão necessário para uma existência confortável neste mundo quanto o fogo ou a água, ou mesmo o próprio ar. Um homem pode arrastar uma existência miserável em orgulhosa dignidade solitária, mas sua vida é uma vida escassa, nada mais é do que uma existência.
Ele tem razão. Precisamos de amizade como precisamos de ar. E isso porque fomos feitos à imagem de um Deus trino — Pai, Filho e Espírito Santo existindo eternamente em uma comunhão de amor. Precisamos de relacionamentos profundos porque fomos feitos para eles. E vemos como isso é necessário observando o que acontece conosco quando não o temos mais. Numerosos estudos mostram que a vida sem amigos não é apenas deprimente; é perigoso. Começamos a nos desfazer emocionalmente, psicologicamente e até fisicamente. De acordo com Provérbios, a falta de amigos é o caminho da tolice: “Quem se isola busca o seu próprio desejo; ele irrompe contra todo bom senso” ( Provérbios 18:1 ).
Embora o couro seja um luxo, a amizade não é. É mais como óleo para um motor. Sem isso, acabamos desmoronando.
Mito #4: Amizade não implica responsabilidade.
Podemos pensar que a beleza da amizade é que podemos entrar ou sair à vontade. É diferente de nossos relacionamentos com nossos pais, irmãos ou cônjuge, certo? Não é esta a beleza da amizade – que é livremente escolhida e continuada livremente?
É verdade que entramos em amizades livremente. E é verdade que terminar uma amizade não é quebrar um pacto. Mas não é verdade que não existe compromisso real nas amizades.
Podemos ver isso quando comparamos dois tipos de amizade – amizade de consumo e amizade de aliança. Embora não precisemos fazer convênios uns com os outros, amigos verdadeiros compartilham um compromisso semelhante a um convênio.
Amigos consumidores tratam você como um novo dispositivo digital – inicialmente atraente, útil e agradável, mas quando algo melhor aparece, eles o trocam por uma nova versão. Em contraste, a amizade pactual é um vínculo que se mantém. Amigos da aliança não usam uns aos outros; eles desfrutam profundamente um do outro. Os amigos da aliança permanecem juntos mesmo no sofrimento, na partilha e no carregamento de fardos que são pesados demais para serem carregados sozinhos.
Mito 5: Não devemos chamar Jesus de nosso amigo.
Talvez você tenha ouvido o sentimento de que Jesus não é nosso amigo, porque ele é nosso rei. Mas esta é uma falsa dicotomia. Jesus é o verdadeiro rei e também o amigo mais verdadeiro.
Na noite em que foi preso, Jesus ensinou a seus discípulos como entender o significado de sua morte iminente. E ele queria que eles pensassem nisso em termos de amizade: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vocês são meus amigos” ( João 15:13–14 ).
A glória de Jesus é certamente revelada por meio de sua autoridade real. Mas pensar em Jesus como nosso amigo não diminui essa glória. Exatamente o oposto: que um rei tão grande se rebaixasse para fazer amizade conosco é pura graça, e a graça é o ápice da glória de Deus.
Não temos que escolher entre a realeza e a amizade de Jesus. Na verdade, escolher apenas um é o caminho certo para diminuir sua glória. Nós o reverenciamos e louvamos corretamente quando o vemos como nosso rei cósmico e nosso amigo mais próximo.