Mito #1: A vida é um piquenique.
Embora todas as evidências sejam contrárias, muitas vezes parecemos acreditar que a vida aqui na Terra é — ou pelo menos deveria ser — fácil. Na realidade, porém, a vida é difícil — muitas vezes muito, muito difícil. É claro que isso é exatamente o que a Bíblia nos leva a esperar.
Segundo a Bíblia, a vida cristã não é um piquenique, mas uma batalha , uma luta armada contra um poderoso adversário. Para nos engajarmos adequadamente nessa batalha, precisamos de uma transformação espiritual na qual nosso frágil e inadequado traje natural – o equivalente espiritual de uma camiseta e chinelos – seja substituído por armadura e armamento adequados. Sem essa armadura e armamento, não estaremos preparados para o que nos espera.
Mito #2: A armadura de Deus é apenas para “supercristãos”.
Não há duas classes separadas de cristãos: soldados cristãos e civis cristãos. Existem apenas soldados cristãos preparados e despreparados. Um soldado de carne e osso despreparado não será capaz de enfrentar a balança das forças espirituais reunidas contra ele em meio ao que Paulo chama de “as presentes trevas” (Efésios 6:12).
Em muitos aspectos, o mundo sombrio em que vivemos é o playground de Satanás. Existem imagens, sons e sabores tentadores neste mundo que nos deslumbram e nos induzem ao pecado. Há muito que parece desejável aos nossos olhos e muitas tentações poderosas que encontram um aliado pronto em nossa carne.
Os objetos terrestres são muito reais para nós, enquanto as realidades celestiais muitas vezes parecem etéreas e intangíveis. Satanás também tem séculos de experiência como tentador, saber exatamente quais tentações são mais prováveis de atrair nossa natureza humana individual para o pecado, seja nos entregando a uma forma particular de excesso ou a um sutil orgulho auto-exaltado que flui de uma crença em nossa própria justiça.
A poderosa combinação do mundo, da carne e do diabo é inevitavelmente avassaladora, deixada a nós mesmos. É por isso que, em Efésios 6, Paulo não diz apenas: “Traga a armadura de Deus com você, caso precise dela”. Em vez disso, ele diz: “Você vai precisar; então coloque-o.
Mito #3: No mundo moderno, não podemos acreditar em um demônio literal.
Muitas pessoas modernas acham impensável a ideia de um ser cósmico que não podemos ver, sentir ou tocar e que promove o mal neste mundo. Claro, o diabo em quem eles não acreditam muitas vezes não é a figura bíblica, mas uma imagem bastante ridícula com cascos e chifres. Quem poderia acreditar seriamente naquela criatura? É bastante conveniente para o diabo quando as pessoas não acreditam em sua existência. Então ele pode perseguir seus esquemas nefastos insuspeitados e não detectados.
No entanto, quem duvida da realidade do mal neste universo? Quase todo mundo concorda que algumas coisas não são apenas trágicas, mas genuinamente más. Gasear milhões de judeus nos campos de extermínio da Polônia é um mal. Pressionar crianças africanas em um exército, deixá-las chapadas com drogas e depois enviá-las para a batalha é mau. O tráfico de mulheres na indústria do sexo é maligno. De onde vem todo esse mal no mundo? A desumanidade natural do homem para com o homem dificilmente parece uma explicação suficiente para o mal nessa escala. É possível que haja outro fator, uma dimensão sobrenatural e espiritual, em toda essa depravação moral?
Se você acredita que o universo que você vê ao seu redor é tudo o que existe, foi ou será, então você não tem base racional para ficar chocado e indignado com o mal. O que chamamos de “mal” deve então ser interpretado simplesmente como uma resposta emocional dentro de nós a coisas perigosas, desencadeada pela biologia evolutiva. Mas a Bíblia tem uma explicação mais rica e profunda para o triste mundo em que nos encontramos, uma explicação que nos permite reconhecer a profunda realidade do mal e as invisíveis forças espirituais pessoais que estão por trás de seu constante reaparecimento em diferentes formas.
Segundo a Bíblia, a vida cristã não é um piquenique, mas uma batalha, uma luta armada contra um poderoso adversário.
Mito #4: Paulo inventou a ideia da armadura de Deus observando os soldados romanos.
Muitas pessoas assumem que, como diz a Wikipedia, “as várias peças (o cinto da verdade, a couraça da justiça, as sandálias do evangelho da paz, o escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito) estão correlacionados com o que Paulo teria testemunhado em primeira mão como as armas e armaduras dos legionários romanos durante sua vida no Império Romano”.
Essa suposição, no entanto, ignora o fato de que cada uma das peças da armadura que Paulo descreve tem um histórico rico no Antigo Testamento, onde elas descrevem literalmente a “Armadura de Deus”: a armadura que o próprio Deus veste para resgatar seu povo. Foi o Antigo Testamento, e não o legionário romano, que forneceu inspiração a Paulo — e se perdermos esse pano de fundo, podemos facilmente interpretar mal e aplicar mal as várias peças da armadura.
Mito #5: A armadura de Deus é principalmente uma lista de virtudes que preciso alcançar.
Compreender o pano de fundo do Antigo Testamento desafia a visão comum de que a armadura cristã é principalmente um conjunto de disciplinas que devemos executar para estar à altura como cristãos. Certamente é verdade que a armadura de Deus descreve qualidades essenciais que devemos buscar com paixão se quisermos permanecer firmes sob o ataque de Satanás. No entanto, a armadura é antes de tudo a armadura de Deus e não a nossa.
O evangelho nos diz que o guerreiro divino nos dá seu equipamento, que ele usou primeiro triunfantemente em nosso lugar em sua própria luta definitiva contra as forças do mal. Jesus Cristo é o guerreiro triunfante sobre Satanás, a morte e o pecado por meio de sua fidelidade e justiça, e sua vitória agora é creditada a nós como se fosse nossa.
Por ele ter permanecido firme em sua batalha, nós, cristãos — fracos, medrosos e despreparados como tantas vezes somos — também permaneceremos no final das contas. Pela fé, sua justiça se torna nossa; em Cristo temos um escudo de refúgio em Deus, que nunca nos deixará nem nos abandonará.
Esta é a boa notícia que temos o privilégio de anunciar em todo o mundo, bem como pregar em nossos próprios corações diariamente. A armadura de Deus fala da misericórdia e graça de Deus aos pecadores quebrantados e nos aponta para uma salvação que as forças combinadas do próprio inferno nunca podem roubar de nós, porque ela está guardada para nós em Cristo.