Estudo de Hebreus 11:6 – Comentado e Explicado

Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram.
Hebreus 11:6

Comentário de Albert Barnes

Mas sem fé é impossível agradá-lo – sem “confiança” em Deus – em sua fidelidade, verdade, sabedoria e promessas. E isso é verdade em outras coisas como na religião. É impossível que uma criança agrade ao pai, a menos que tenha confiança nele. É impossível uma esposa agradar ao marido, ou um marido a esposa, a menos que tenha confiança um no outro. Se houver desconfiança e ciúme de ambas as partes, haverá discórdia e miséria. Não podemos estar satisfeitos com um amigo declarado, a menos que ele tenha tanta confiança em nós que acredite em nossas declarações e promessas. O mesmo se aplica a Deus. Ele não pode estar satisfeito com o homem que não confia nele; quem duvida da verdade de suas declarações e promessas; quem não acredita que seus caminhos são corretos, ou que ele está qualificado para o império universal. A exigência de fé ou confiança em Deus não é arbitrária; é exatamente o que exigimos de nossos filhos, parceiros na vida e amigos, como condição indispensável para estarmos satisfeitos com eles.

Para aquele que vem a Deus – de qualquer maneira – como um adorador. Isso é igualmente necessário no culto público, na família e na devoção secreta.

Deve acreditar que ele é – que Deus existe. Esta é a primeira coisa necessária na adoração. Evidentemente, não podemos procurá-lo de maneira aceitável se duvidarmos de sua existência. Nós não o vemos, mas devemos acreditar que ele é; não podemos formar em nossa mente uma imagem correta de Deus, mas isso não deve impedir a convicção de que existe um ser assim. Mas a declaração aqui implica mais do que que deveria haver uma persuasão geral da verdade de que existe um Deus. É necessário que tenhamos essa crença em exercícios animados no ato de nos aproximarmos dele e que compreendamos que estamos realmente na presença do Jeová que tudo vê.

E que ele é um recompensador daqueles que o buscam diligentemente – Isso é igualmente necessário como a crença de que ele existe. Se não pudéssemos acreditar que Deus ouviria e responderia nossas orações, não haveria incentivo para invocá-lo. Não significa aqui que o desejo da recompensa seja o motivo de buscar a Deus – pois o apóstolo não faz afirmação sobre esse ponto; mas que é impossível fazer uma abordagem aceitável a menos que tenhamos essa crença.

Comentário de E.W. Bullinger

sem . Grego. choris. Veja Hebreus 4:15 .

acreditar . Grego. pisteuo. App-150.

é Grego. esti. O verbo substantivo.

é Grego. ginomai, para se tornar.

recompensador . Grego. misthapodotes. Só aqui. Compare Hebreus 11:26 e Hebreus 10:35 .

diligentemente procurar . Grego. ekzeteo. Ver Atos 15:17 .

Comentário de John Calvin

6. Mas sem fé, etc. O que é dito aqui pertence a todos os exemplos que o Apóstolo registra neste capítulo; mas como há na passagem alguma medida de obscuridade, é necessário examinar seu significado mais de perto.

Mas não há intérprete melhor do que o próprio apóstolo. A prova, então, à qual ele imediatamente se une, pode servir como uma explicação. A razão pela qual ele designa por que ninguém pode agradar a Deus sem fé é essa: porque ninguém jamais irá a Deus, exceto que ele acredita que Deus é e também está convencido de que ele é um remunerador para todos que o procuram. Se o acesso a Deus não é aberto, mas pela fé, segue-se que todos os que estão sem ele são objetos do desagrado de Deus. Portanto, o apóstolo mostra como a fé obtém favor para nós, mesmo porque a fé é nosso professor quanto à verdadeira adoração a Deus e nos torna certos quanto à sua boa vontade, para que não pensemos que a procuramos em vão. Essas duas cláusulas não devem ser levemente ignoradas – que devemos acreditar que Deus é e que devemos ter certeza de que ele não é procurado em vão. (212)

De fato, não parece um grande problema, quando o apóstolo exige que acreditemos que Deus é; mas quando você considerar mais de perto, verá que existe aqui uma verdade rica, profunda e sublime; pois, embora quase todos admitam sem contestar que Deus é, ainda é evidente, que, exceto que o Senhor nos retenha no verdadeiro e certo conhecimento de si mesmo, várias dúvidas surgirão e obliterarão todo pensamento de um Ser Divino. Para essa vaidade, a disposição do homem é sem dúvida propensa, de modo que esquecer Deus se torna uma coisa fácil. Ao mesmo tempo, o apóstolo não quer dizer que os homens devam se sentir seguros de que existe algum Deus, pois ele fala apenas do Deus verdadeiro; não, não será suficiente para você formar uma noção de qualquer Deus que você queira; mas você deve entender que tipo de Ser é o verdadeiro Deus; pois de que nos beneficiará conceber e formar um ídolo e atribuir a ele a glória devida a Deus?

Agora percebemos o que o apóstolo significa na primeira cláusula; ele nega que possamos ter acesso a Deus, a menos que tenhamos a verdade, que Deus está profundamente fixado em nossos corações, para não sermos guiados aqui e ali por várias opiniões.

Portanto, é evidente que os homens em vão se cansam de servir a Deus, exceto que observam o caminho correto, e que todas as religiões são não apenas vaidosas, mas também perniciosas, com as quais o verdadeiro e certo conhecimento de Deus não está conectado; pois todos são proibidos de ter acesso a Deus, que não o distinguem e o separam de todos os ídolos; em suma, não há religião, exceto onde essa verdade reina dominante. Mas se o verdadeiro conhecimento de Deus estiver em nossos corações, não deixará de nos levar a honrá-lo e temê-lo; para Deus, sem a sua majestade não é realmente conhecido. Daí surge o desejo de servi-lo, daí que toda a vida seja formada, que ele seja considerado o fim em todas as coisas

A segunda cláusula é que devemos ser plenamente convencidos de que Deus não é procurado em vão; e essa persuasão inclui a esperança da salvação e da vida eterna, pois ninguém estará em um estado de coração adequado para buscar a Deus, a menos que um sentimento da bondade divina seja profundamente sentido, de modo a buscar a salvação dele. De fato, fugimos de Deus, ou o desprezamos totalmente, quando não há esperança de salvação. Mas tenhamos em mente que é nisso que realmente se deve acreditar, e não apenas como questão de opinião; pois até os ímpios às vezes podem ter essa noção, e ainda assim eles não vêm a Deus; e por esse motivo, porque eles não têm uma fé firme e fixa. (213) Essa é a outra parte da fé pela qual obtemos favor de Deus, mesmo quando nos sentimos seguros de que nele a salvação é estabelecida para nós.

Mas muitos vergonhosamente pervertem essa cláusula; pois, portanto, suscitam os méritos das obras e o conceito de merecer. E eles raciocinam assim: “Agradamos a Deus pela fé, porque acreditamos que ele é um recompensador; então a fé respeita os méritos das obras. ” Este erro não pode ser melhor exposto do que considerar como Deus deve ser buscado; enquanto alguém está vagando pela maneira correta de procurá-lo (214) , não se pode dizer que ele esteja envolvido no trabalho. Agora, as Escrituras atribuem isso como o caminho certo – que um homem, prostrado em si mesmo, e ferido com a convicção de que merece a morte eterna, e em desespero próprio, deve fugir para Cristo como o único asilo para a salvação. Em parte alguma certamente podemos descobrir que devemos trazer a Deus quaisquer méritos de obras para nos colocar em um estado de favor com ele. Então, quem entende que este é o único caminho correto de buscar a Deus, será libertado de todas as dificuldades do assunto; pois recompensa não se refere ao valor ou valor das obras, mas à fé.

Assim, esses glórias frias dos sofistas, como “pela fé agradamos a Deus, porque merecemos quando pretendemos agradar”, caem totalmente no chão. O objetivo do apóstolo era nos levar muito mais alto, até que a consciência se sentisse segura de que não é uma coisa vã buscar a Deus; e essa certeza ou garantia excede em muito o que podemos alcançar por nós mesmos, especialmente quando alguém se considera. Pois não deve ser estabelecido como um princípio abstrato que Deus é um recompensador para aqueles que o procuram; mas cada um de nós deve aplicar individualmente essa doutrina a si mesmo, para que possamos saber que somos considerados por Deus, que ele tem tanto cuidado com a nossa salvação que nunca quer nos querer, que nossas orações sejam ouvidas por ele. , que ele será para nós um libertador perpétuo. Mas como nenhuma dessas coisas vem até nós, exceto por meio de Cristo, nossa fé deve sempre considerá-lo e se apegar a ele somente.

A partir dessas duas cláusulas, podemos aprender como e por que é impossível para o homem agradar a Deus sem fé; Deus considera todos nós justamente como objetos de seu descontentamento, pois somos todos por natureza sob sua maldição; e não temos remédio em nosso próprio poder. Portanto, é necessário que Deus nos antecipe por sua graça; e daí vem que somos levados a saber que Deus é, e de tal maneira que nenhuma superstição corrupta pode nos seduzir, e também que nos tornemos seguros de uma certa salvação dele.

Se alguém desejasse uma visão mais completa desse assunto, deveria começar aqui – que em vão tentamos tentar qualquer coisa, exceto que olhamos para Deus; pois o único verdadeiro fim da vida é promover sua glória; mas isso nunca pode ser feito, a menos que haja primeiro o verdadeiro conhecimento dele. No entanto, isso ainda é apenas a metade da fé, e nos beneficiará pouco, exceto que a confiança seja acrescentada. Portanto, a fé só será completa e nos garantirá o favor de Deus, quando sentirmos a confiança de que não o buscaremos em vão e, assim, nutriremos a certeza de obter dele a salvação. Mas ninguém, a não ser que seja cego pela presunção e fascinado pelo amor próprio, pode ter certeza de que Deus será um recompensador de seus méritos. Portanto, essa confiança da qual falamos não se baseia nas obras, nem na dignidade do próprio homem, mas apenas na graça de Deus; e como a graça não é encontrada em lugar algum senão em Cristo, é somente nele que a fé deve ser fixada.

Comentário de Adam Clarke

Aquele que vem a Deus – O homem que professa que é seu dever adorar a Deus, deve, se agir racionalmente, fazê-lo com a convicção de que existe um Ser infinito, eterno, sem origem e auto-existente; a causa de todos os outros seres; de quem todo o ser depende; e por cuja energia, generosidade e providência, todos os outros seres existem, vivem e são supridos com os meios de existência e vida contínuas. Ele também deve acreditar que recompensa os que o buscam diligentemente; que ele não é indiferente à sua própria adoração; que ele requer adoração e serviço religioso dos homens; e que ele abençoa, e especialmente protege e salva, aqueles que, com simplicidade e retidão de coração, o procuram e o servem. Isso requer fé, tal como é mencionado acima; uma fé pela qual podemos agradar a Deus; e agora que temos uma revelação abundante, uma fé de acordo com essa revelação; uma fé em Deus por meio de Cristo, a grande oferta pelo pecado, sem a qual um homem não pode mais agradá-lo ou ser aceito por ele, como Caim. Como o conhecimento do ser de Deus é de infinita importância na religião, apresentarei ao final deste capítulo uma série de proposições, tendendo a provar o ser de Deus,

1 a priori; e

2dly, a posteriori; omitir as provas geralmente produzidas nesses pontos, às quais meus leitores podem se referir a trabalhos em circulação geral sobre esse assunto: e

Tristemente, apresentarei alguns fenômenos relativos aos corpos celestes, que serão difíceis de explicar sem reconhecer a infinita habilidade, poder e energia contínua de Deus.

Comentário de Thomas Coke

Hebreus 11: 6 . Mas, sem fé, é impossível agradá-lo: – Este versículo é acrescentado pelo apóstolo, para completar seu raciocínio naquilo que precede. Ele havia dito que Deus traduziu Enoque sem morrer, por causa de sua fé. A prova alegada nesse versículo era apenas isso, que Moisés diz que agradou a Deus: ainda resta provar que seu Deus agradável era uma evidência de que ele tinha fé. Para provar isso, acrescenta o apóstolo, é impossível agradá-lo sem fé. O argumento agora é calmo e convincente, e permanece assim: “A escritura diz que Enoque agradou a Deus e que, por isso, Deus o traduziu: mas esse Deus agradável é uma demonstração de sua fé, pois sem fé ele não poderia ter. agradou-o; consequentemente, ele foi traduzido por conta de sua fé “. O apóstolo acrescenta a seguinte cláusula: Para quem vem, para provar sua primeira posição neste versículo; e a força do argumento é muito óbvia. A palavra traduzida vem, p??se???µe???, de acordo com Raphelius, significa a vinda a Deus pela oração; e é usado no ch. Hebreus 10: 1 ; Hebreus 10:22 , Hebreus 12: 22-23 por se aproximar de Deus em qualquer ato de adoração divina: ele, portanto, observa com justiça, que isso pode ser tomado em um sentido mais amplo e se refere àquele curso constante de piedade e santidade, que está implícito em agradar a Deus ou em caminhar com ele. Podemos apenas observar ainda mais, que o que o apóstolo diz neste versículo ilustra o relato que ele deu da fé, Hebreus 11: 1 . A crença de que Deus é, é uma fé de algo invisível e invisível; Romanos 1:20 e acreditar que ele, em outro mundo, será o recompensador daqueles que o buscam diligentemente, é uma fé de algo que se espera, que ainda está distante.

Comentário de John Wesley

Mas sem fé é impossível agradá-lo: pois quem vem a Deus deve crer que é e ser recompensador daqueles que o buscam diligentemente.

Mas sem fé – Mesmo alguma fé divina em Deus, é impossível agradá-lo.

Para quem vem a Deus – em oração, ou outro ato de adoração, deve acreditar que ele é.